EQUIÔR, EQUIÔR, EQUIÔR
EQUIÔR QUE ME CHAMARAM
EU VIM BEIRANDO A TERRA
EU VIM BEIRANDO O MAR
CONTEXTO HISTÓRICO
Equiôr significa, segundo a zeladora d’O Cruzeiro, Percília Matos, “eu estou” ou “eu estou aqui” – “estou aqui porque me chamaram” (MAIA NETO, 2003: 24). Equiôr também parece ser herança da memória juvenil de Mestre Irineu, pois é uma interjeição (“equiô”) comum usada por vaqueiros da baixada maranhense (LABATE & PACHECO, 2004: 336). O atendimento ao chamado se deu primeiramente de forma inconsciente, pois quando desembarcou em terras acreanas não imaginava o que o destino lhe reservava. As últimas duas frases do versículo retratam sua viagem de navio partindo de São Luís e aportando em Belém e Manaus (CARIOCA, 2000: 24-25). Navegou pelo Oceano Atlântico, rio Amazonas, Solimões, Purus e rio Acre.
CONTEXTO MÍSTICO
Na interpretação do hino 2, Tuperci, introduzo o mistério do Graal, mito redivivo na senda iniciática de Raimundo Irineu Serra. “Equiôr que me chamaram” corresponde, no grande romance esotérico medieval, Parsifal, ao “chamado do Graal”. Nas palavras do prefaciador e tradutor da antológica obra do templário Wolfram von Eschenbach: “Existe, no caso, uma força externa – a missão – que se propõe à vontade de Parsifal [o herói do Graal] e a inclina. Essa vocação – um chamamento indeclinável – é o Reino do Graal, para o qual Parsifal – e unicamente ele – foi convocado. Por isso ele nasce como avatar, como herói restaurador”; ““Wolfram desenvolve em seu Parsifal dois temas centrais: a Busca do Graal e a Restauração do Reino” (SCHMIDT PATIER, 2015: 21; 25). Não é sem propósito que Mestre Irineu – nosso “herói restaurador” – afirme no hino 89, “Eu Canto, Eu Digo”, que vem “replantar [restaurar, restabelecer] santa (s) doutrina (s)”. Nesse caso, restabelecer o que foi conspurcado pela Igreja romana, como por exemplo (apenas um), a supressão da doutrina da reencarnação, replantada no hino Só Eu Cantei Na Barra, em linguajar tipicamente espírita: “Depois que desencarna/Firmeza no coração/Se Deus te der licença/Volta outra encarnação” (74: 3).
Diante de tamanha ameaça houve uma resposta violenta da Igreja contra os romances esotéricos do Graal, que precisaram ser codificados exatamente como é O Cruzeiro: “Durante a Cruzada Albigense [que incinerou milhares de cátaros entre 1209 e 1244], os eclesiásticos investiram contra os romances sobre o cálice, declarando-os perniciosos, até heréticos” (BAIGENT, LEIGH e LINCOLN, 2009: 55). Associada aos cátaros e templários, “(…) A Igreja de Roma declarou herética a literatura sobre o Graal, que em maior parte foi difundida pelo movimento trovadoresco” (AMADO, 2009: 16). Os trovadores inovaram o conceito de amor na Idade Média ao mesmo tempo em que lançavam as sementes revolucionárias de suas práticas espirituais, o que incluía a valorização da mulher, até então uma moeda de troca nas tratativas lucrativas de casamento arranjados sob as benções e comissões de Roma. Como bem disse a mãe de Percival, n’ O Romance do Graal: “Quem não honra as damas não tem honra no coração” (TROYES, 2017: 23).
NOTA: para estudar a história dos cátaros recomendo, em Referências Bibliográficas, o livro de Lucianne JULIEN, fundadora da Sociedade para a Memória e o Estudo dos Cátaros. O livro pode ser encontrado em sebos virtuais. Infelizmente, a versão da Igreja sobre eles não é digna de confiança.
Tornando à viagem náutica do jovem Irineu, beirando a terra e o mar, desfrutando o ensejo, evoco o espírito de Gonzagão, divindade do cancioneiro nordestino e muito caro ao meu saudoso avô potiguar – ao ouvi-lo no repasto dominical com feijão-de-corda, jerimum e jabá -, para fazer a transição ao segundo versículo através da beleza nostálgica de A Vida do Viajante: “Mar e terra, inverno e verão/Mostro sorriso, mostro alegria/Mas eu mesmo, não/E a saudade no coração” (GONZAGA & CORDOVIL, 1981)…
QUANDO PAPAI PAXÁ
BARUM, MARUM MAIS EU
SAUDADE, SAUDADE
SAUDADE DE MAMÃE
CONTEXTO HISTÓRICO
“Quando”: advérbio que expressa circunstância de tempo, ocasião. “Papai Paxá”: a palavra “paxá” deriva do árabe basha: “governador, rei, título honorífico de altos funcionários” (PAXÁ, 2009). Segundo a mesma fonte, o dicionário Houaiss, há uma palavra latina de base pré-romana denominada “barrum”, que significa “argila, lodo, barro” (BARR – BARRUM, 2009), e uma palavra denominada exatamente “marum”, significando “água do mar” (MAR – MARUM, 2009). Analisando a obviedade do contexto narrado, deduzo que as palavras barum e marum (assim como equiôr) não são entidades, mas criptografias do idioma de Juramidã anunciado por seu discípulo Raimundo Gomes da Silva em seu Ramalho, hinário canônico do CICLU-Alto Santo: “Sigo sempre o meu destino/Falando meu idioma/Só não falo português/Porque o povo anda na ronda” (102: 3). É instigante perceber que na época em que este hino foi apresentado (década de 1930), as missas eram rezadas exclusivamente em latim com ensino obrigatório nas escolas brasileiras (até 1964), desde quando os jesuítas a implantaram no currículo tão logo chegaram em 1549 (CUNHA SOUSA et al, 2019: 2). Assim, no âmbito histórico, traduzindo a imagem do primeiro versículo deste belo conto idílico e nostálgico, o filho sai de casa destinado a buscar seu Criador (“pra achar Papai”; Papai Paxá), e a terra (barrum) e o mar (marum) – em sua viagem no “navio gaiola” que transportava os seringueiros – são companhias no primórdio da solitária peregrinação rumo à iluminação.
CONTEXTO MÍSTICO (O “FILHO DA VIÚVA”)
O jovem Irineu, nosso herói trovador, como Percival também é obrigado – dolorosamente – a deixar sua mãe em busca da iluminação. É o que nos diz o primeiro texto publicado a falar do Santo Graal, Perceval ou O Romance do Graal, escrito pelo francês Chrétien de Troyes (1135-1183), fundador da literatura arturiana e dos romances de cavalaria: “O cavalo é prontamente selado. (…) Sua mãe, que o ama, abraça-o fortemente. ‘Belo filho, belo filho, que Deus vos guarde e sempre vos guie em Sua via! E que ele vos dê mais alegria do que a que me resta’” (TROYES, 2017: 9; 24). Como Percival, a quem Troyes confere o título iniciático “Filho da Viúva”, Irineu foi criado com pai ausente, primeiro por abandono do lar (MOREIRA & MACRAE, 2011: 72). E, posteriormente, por falecimento (BAYER NETO, 1992: 3). Desse modo, ainda de acordo com este autor, sua principal referência masculina passou a ser seu tio Paulo, irmão de sua mãe Joana Serra. Eis outra “coincidência” em relação ao mistério do Graal e seu herói: “Essa é uma atitude que ainda lembra plenamente o estado matriarcal, ou outro mais arcaico em que o tio era mais importante do que o pai” (JUNG, 1980: 178). Mas não tão importante quanto a mãe. Só confirma o que venho reiterando ao longo de meu trabalho exegético: Juramidã replanta a Era da Deusa, a Era do Cálice, a Era Matrística, que pressupõe absoluta igualde de gênero em todos os âmbitos.
Os “Filhos da Viúva” são os discípulos gnósticos de Mãe Ísis (Sophia), que um dia foi personificada em Madalena, a sábia “Companheira”, difamada pela Igreja petrina e honrada pelos cátaros (HAAG, 2018: 9; 228; 248; 264). O poeta, filósofo e ensaísta Julius Evola detalha esse título da tradição mística iraniana, que chegou à maçonaria: a “Viúva” é “(…) A tradição, a força ou a potência que deixou de ser possuída, que perdeu o seu “homem” e aguarda um novo senhor ou herói…” (EVOLA, 1978: 41). Complementa: “(…) É análogo o significado da “Virgem” aprisionada que espera ser libertada e desposada por um cavalheiro predestinado”. Mestre Irineu é esse herói cavalheiro, um trovador a tornar rediviva a trobar clus, poesia iniciática medieval (JULIEN, 1993: 143). A. R. Schmidt Patier esmiuça: “trata-se de uma linguagem oculta [“Barum, Marum, mais eu”, por exemplo] que os provençais [que incluíam os cátaros] chamavam de trobar clus, isto é, uma terminologia simbólica utilizada por alguns trovadores dos séculos XII e XIII para que sua doutrina não fosse acessível aos não iniciados” (SCHMIDT PATIER, 2015:26). O que se coaduna ao caráter secreto, sigiloso da doutrina de Raimundo Irineu Serra, que tem como uma de suas cláusulas pétreas o não proselitismo.
No âmbito psicológico, analisando a ênfase que o nosso herói confere à expressão “saudade de mamãe”, C. G. Jung citado por sua consorte Emma Jung demonstrou que, para além do Complexo de Édipo freudiano, “(…) A “saudade de mãe” pode ser entendida de outra maneira. Ele vê nisso não apenas um desejo infantil e neuroticamente regressivo e, com base em rico material simbólico, mostra como por trás disso se oculta o anseio de renascimento e transformação. Chegamos assim ao significado transpessoal da mãe” (JUNG, 1980: 29). Emma aprofunda ao analisar “(…) A saudade de mãe como a constante atração exercida pelo inconsciente, que se pode comparar com o efeito da gravidade. Por isso, a formação e conservação da consciência de si [“Barum (barro, a matéria); marum, (mar, o espírito); mais Eu (o Self)” ] são frequentemente representadas como um mito heroico [O Cruzeiro]…” (JUNG, 1980: 30). À frente, esmiuçarei o estudo do mistério. Segue a voz do trovador e seu imenso amor…
A TUA IMAGEM LINDA
É MEUS ENCANTOS ENFIM
NESTE MUNDO E NO OUTRO
VÓS SE ALEMBRAI DE MIM
CONTEXTO HISTÓRICO
Trazendo à tona sua memória afetiva, à flor da pele, diante da crueza da realidade do exílio missionário surgem as imagens do éden infantil e o porto seguro que representava o cuidado e o amparo de sua amantíssima mãe. A nostalgia, deveras álgica, alimentava-se do semblante de dona Joana d’Assunção Serra. Irineu a deixou com a idade aproximada de 18 anos e jamais tornou ao calor de seu abraço, à doçura de sua voz, à tez de sua pele, ao olhar que irradiava de seu altivo semblante, ao sorriso espontâneo que brotava de seus alvos dentes iluminando cada manhã no casebre de barro coberto de palha. Saudades não desvanecem… Lembrava-se do cheiro forte do bolo de milho, o peixe frito pescado nos lagos sazonais de São Vicente como desfrute do tempo da alagação; recordava-se da roupa franciscana estendida no varal e mamãe lavando, na tina, os cueiros dos irmãos mais novos. Saudades não envelhecem… Eles estavam a brincar no terreiro por entre cajueiros e mangueiras. Irineu recordava Verônica, Maria, Raimunda “Nhá Dica”, Raimundo “Dico”, Matilde, Tertuliana e José de Ribamar, o “Zé Cuia”. Na voz de um grande coração, a saudade tem n’O Cruzeiro a sua canção.
Mas era preciso caminhar sob o estandarte do redentor abandono, bem calçado no batente da fé. O menino desprezado por aquele que deveria ter sido seu primeiro herói, e que agora tem que se fazer herói, espelha-se em sua primeira heroína, a quem clama – “Neste mundo e no outro vós se alembrai de mim” – para afirmar a sua sina: “(…) Tudo o que predisponha um menino sem pai a tornar-se “herói” se fortalece e aumenta pelo fato de ele ter de procurar sozinho o seu caminho e ser obrigado a desenvolver certa autonomia e senso de responsabilidade” (JUNG, 1980: 32).
CONTEXTO MÍSTICO
Na imitação de Perceval ou Parsifal, o “significado transpessoal da mãe” citado por Jung revela a “Mãe do Universo” que, como bem afirma o mitólogo Joseph Campbell, representa-se “imagem” no plano humano, como “Mãe do Herói” (CAMPBELL, 2007: 42). Ou na revelação do Orador de Mestre Irineu, Luiz Mendes do Nascimento, em comunicação pessoal: “A mãe material é uma representação da Mãe divinal”. Complementa Emma Jung: “Por trás da mãe individual, há sempre a imagem arquetípica da “Grande Mãe” e a pessoa humana se mescla, de modo despercebido, com a figura arquetípica, bem maior” (JUNG, 1980: 31). A autora complementa, acendendo uma luz de compreensão no caminho trilhado por Irineu em busca de redenção: “A princípio, parece bastante natural que, no reino materno do inconsciente – isto é, na esfera do Graal -, Perceval não encontre sua verdadeira mãe [Irineu nunca mais vê a sua], mas a mãe sub specie aeternitatis, ou seja, a imagem originária da mãe: o recipiente maravilhoso (JUNG, 1980: 85). Embevecido pelo Graal amazônico, na fulguração da luz a imagem da mãe negra transfigura-se e dimensiona-se em Clara: – Quem você acha que eu sou? Nas reminiscências de Luiz mendes do Nascimento, Irineu respondeu: – Vós sois a Deusa Universal! (REVISTA DO CENTENÁRIO, 1992: 14).
O AMOR QUE EU TE TENHO
DENTRO DO MEU CORAÇÃO
É VÓS QUEM ME GUIA
NO CAMINHO DA SALVAÇÃO
CONTEXTO HISTÓRICO
Segundo depoimento que colhi no ano de 2002 junto a Daniel Serra, sobrinho de Mestre Irineu, sua tia Joana era uma obstinada devota do Santo Terço, que, segundo revelou-me Rita Serra (prima de Mestre Irineu) em São Vicente Ferrer (2005), era confeccionado por sua tia com sementes da região, valendo-se obviamente de um dom artesanal. Segundo Daniel, dona Joana rezava todos os dias e ordenava todos os filhos a rezarem também. O rigor imposto era uma forma de amor. Ela semeou-o e seu primogênito deu frutos, recordando o Pentateuco: “A primogenitura será consagrada ao Senhor” (Números 1: 13), ou na versão do Novo Testamento: “(…) Todo macho que abre o útero será chamado “Santo para o Senhor” (Lc 2: 23).
CONTEXTO MÍSTICO
Quando deixa a mãe, Perceval sai em busca do Graal, símbolo uterino figurado como cálice por Jesus à noite (regime noturno) no Monte das Oliveiras sob a lua cheia, o que remete à civilização lunar, “(…) Em que se reflete o tema da passividade e da dependência do homem perante o Espírito concebido sob o aspecto feminino” (EVOLA, 1978: 40). A guia “no caminho da salvação” está representada em Parsifal, o romance, por uma maga, personificação da Anima que conduz nosso herói ao apogeu de sua missão (ESCHENBACH, 2015: 468). Essa guia anímica é, entre outros epítetos, a “Dama da Fonte”. (EVOLA, 1978: 41). Não é outra senão Tarumim (Hino 4), onde o homem ignorante que “não conhece, não aprecia e não compreende” (Tuperci, hino 2), após ser advertido em Ripi (hino 3) por Iaiá, Nanã, as águas profundas, “Mãe do Inconsciente”, bebe o divino saber – salvação. Vide no site as respectivas interpretações, digitando o nome do hino em “Pesquisar”.
NOTA: Anima é um conceito junguiano para designar o aspecto feminino presente no homem, e na interpretação mística do próprio Jung – citado por sua esposa Emma – comentando o romance do graal, é “(…) A figura da Anima que dá à luz ao novo Salvador” (JUNG, 1980: 187). Observem, com atenção, que até o hino 4, Formosa, a figura do “Pai bíblico” ainda não tinha aparecido. Todo o processo iniciático de Mestre Irineu se dá perante – repetindo a citação de Julius Evola – “(…) O Espírito concebido sobre o aspecto feminino” (EVOLA, 1978: 40). É através desse Espírito que o Mestre encontra “Papai”. Um dia o Pai se manifestou na Mãe através do Espírito concebendo o Filho, diz a parábola bíblica (Mt 1: 18-25). No Evangelho de Juramidã, o Filho volta ao Pai através do Espírito que é inerente a Mãe. Germano Guilherme cantou a pedra: “Ele nasceu neste dia/Para vir nos ensinar/Pela estrada que viemos/Por ela nós temos que voltar” (Sois Baliza, 16: 2). Para abrir ainda mais o portal desse ensino, forneço uma chave cabalística bíblica, que sinonimiza a palavra “dia” à “luz”: “Deus disse: “Haja luz”, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas. Deus chamou à luz “dia” e as trevas “noite”” (Gn 1:3-5). A luz da miração de Mamãe da Concepção é esse dia da salvação – renascimento.
QUANDO PAPAI ME CHAMAR
TODA VIDA OBEDECI
QUANDO CHEGAR ESTE DIA
EU SÓ TENHO QUE IR
Renascer é conscientizar-se do que se é, de onde se vem e para onde se vai – a busca torna-se, enfim, realização! Segundo o eminente mitólogo, “O percurso padrão da aventura mitológica do herói é uma magnificação da formula representada nos rituais de passagem: separação-iniciação-retorno…” (CAMPBELL, 2007: 36). O que não diz respeito propriamente a vinda do avatar, do herói restaurador à Terra e seu retorno à Pátria Espiritual, mas a algo mais importante: “Um herói vindo do mundo cotidiano [o jovem Irineu] que se aventura numa região de prodígios sobrenaturais [a floresta]; ali encontra fabulosas forças [o Daime, o Graal] e obtém uma vitória decisiva [a realização do Self (Eu)]; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes [entrega a pura doutrina da salvação (Consciência) aos discípulos]” (Op. cit. p. 36). Pois, segundo Schmidt Patier, “O papel esotérico de grande mediador entre a ordem cósmica [marum] e terrena [bar(r)um] cabia ao rei do Graal [Parsifal], o messias imperial [Mestre Imperador]” (SCHMIDT PATIER, 2015: 24).
A CABALA DE PAPAI PAXÁ
1 – “BARUM, MARUM MAIS EU” E A DOUTRINA DA CRIAÇÃO GENESÍACA
“Bar(r)um”, o barro, representa a terra e a carne. “Marum”, diz respeito ao mar e ao espírito. O “eu”, o Self, a psique como um todo. A afirmação se embasa no livro do Gênesis, no qual o grupo de autores hebreus “valeu-se de antigos relatos tirados dos povos vizinhos [mitologia genesíaca de assírios, babilônicos e egípcios]”. O autor, o exegeta católico Ariel Álvarez Valdés, conclui: “Todos dependem de uma concepção cosmológica de um universo formado por três planos superpostos: os céus, com as águas superiores [a dimensão de Papai Paxá]; a terra [bar(r)um], com o homem [o “Eu”] (…) E o mar [marum], com os peixes…” (ÁLVAREZ VALDÉS, 1997: 21).
Como se não bastasse, há dois tipos de gênesis em Gênesis: um “aquático” [marum] e outro “terrestre” [bar(r)um] (op. cit., p. 20). No primeiro, presente no capítulo 1, Deus criou o céu e a terra a partir das águas – trata-se de uma “cosmogonia”, origem do universo (BÍBLIA, 2002: 33). No segundo, presente no capítulo 2, o mundo incluindo o homem é criado a partir de uma terra árida. Trata-se de uma visão do mundo físico. Na versão aquática, antes da criação “a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo” (Gn 1: 1,2). Na versão terrestre existia apenas um deserto. Se o “deserto” da versão terrestre for correlacionado ao “vazio” da versão aquática, vislumbramos “um quatro negativo [a ser concebido] em relação ao qual aparecerá a novidade da intervenção [“Quando…”] do Deus pessoal [“…Papai Paxá”] criando tudo por sua palavra” (op. cit., p. 33 (nota “c”)).
Ainda sobre o gênesis criador, na citada edição da Bíblia de Jerusalém, antes que comece o relato da criação, aparece o subtítulo “A Obra dos Seis Dias”. Desde pequenos ouvimos que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou – isso é cabala. Observa-se que o número do hino “Papai Paxá” é o seis! Os elementos da alquimia genesíaca são vislumbrados aqui, pois o gênesis de Mestre Irineu também se revela quando sua divina imago, no número seis, se completa – “Completei o meu Cruzeiro [sua obra de criação] com 132 [1+3+2] flores” (hino 52: 3). Nos aprofundaremos um pouquinho na palavra hebraica original que foi traduzida como “Gênesis”. Trata-se de Bereshit, “No Princípio”, em que bará-shit significa “criou seis”. É no versículo primordial de Bereshit (Gn 1: 1) na esmerada tradução do hebraico, que se encerra e se sintetiza o mistério universal desta cabala da criação de Papai Paxá, hino seis: “No princípio criava Deus [Papai Paxá] as águas [marum] e a terra [bar(r)um]” (SILVA, 2014: 48-54).
2 – “BARUM, MARUM MAIS EU” E A DOUTRINA DA IMAGO DEI (IMAGEM DE DEUS)
Segundo o doutor Paulo Anglada, teólogo presbiteriano, “Uma das verdades bíblicas mais sublimes a respeito do homem consiste em ter sido ele criado imago Dei, isto é, à imagem e semelhança de Deus” (ANGLADA, 2013: 51). “Então Iahweh Deus modelou o homem com a argila do solo [bar(r)um], insuflou em suas narinas um hálito de vida [marum] e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2: 7). O que “um hálito de vida” tem a ver com “marum”? Em primeiro lugar, vamos à explicação exegética – de Gn 2, 7 – desta Bíblia chancela pelo Vaticano: “É o termo nefesh, que designa o ser animado por um sopro vital (manifestado também pelo “espírito”, ruah…” (BÍBLIA, 2002: 36, nota “a”). A seguir, descobriremos que esse Espírito (Ruach) era “(…) Um sopro de Deus que agitava a superfície das águas [marum]” (Gn 1: 2), pois a terra (bar(r)um) que já fora criada, estava vazia e vaga (Gn 1: 1). E assim, nessa alquimia entre a terra (bar(r)um) e o Sopro inerente ao mar (marum), “(…) À imagem de Deus o homem foi feito” (Gn 9: 6): “Homem e mulher ele os criou, abençoou-os e lhes deu o nome de “Homem”, no dia [luz] que foram criados” (Gn 5: 2) É o que a cabala denomina Adão Kadmon, manifestação andrógina (macho e fêmea em um só ser) da luz divina (GONZÁLEZ – WIPPLER, 2006: 57), pois Deus Pai-Mãe anuncia: “Façamos [plural] o homem à nossa imagem, como nossa semelhança” (Gn 1: 26). Entendemos mais facilmente o porquê que Juramidã, nosso Adão Kadmon, completa (-se) sua obra genesíaca com flores, elementos simbolicamente femininos – “Completei o meu Cruzeiro com 132 (1+3+2) flores” (52: 3). Esse não é o Adão do pecado. É o Adão resgatado e elevado, ressurrecto no barro [barrum] pelo “novo Espírito” [marum] insuflado – “De longe, eu venho de longe/Das ondas do mar sagrado…” (110: 1). Não acabamos de ver que um sopro de Deus agitava (“ondas”) a superfície das águas paradisíacas (Gn 1: 2)?! Vamos à doutrina do segundo Adão.
3 – “BARUM, MARUM MAIS EU” E A DOUTRINA DO SEGUNDO ADÃO.
Todas as citações são retiradas da Bíblia de Jerusalém, 2002: “Todavia, a morte imperou desde Adão até Moises, mesmo sobre aqueles que não pecaram de modo semelhante à transgressão de Adão, que é figura [semelhança] daquele que devia vir [Cristo]…” (Rm 5: 14); E quando veio, “Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez realidade nova” (2 Cor 5: 17); Um convite “(…) A remover o vosso modo de vida anterior – o homem velho, que se corrompe ao sabor das concupiscências enganosas – e a renovar-vos pela transformação espiritual de vossa mente, e revestir-vos do Homem Novo, criado segundo Deus na justiça e santidade de verdade” (Ef 4: 24). Segundo os comentaristas da referida Bíblia, “Esse Homem Novo é o protótipo da nova humanidade que Deus recriou na pessoa do Cristo ressuscitado, como um “segundo Adão”…” (BÍBLIA, 2002: 2042, nota “a”).
O “último Adão” de Paulo é aquele que “tornou-se espírito que dá a vida” (1 Cor 15:45). Joseph Ratzinger (Bento XVI), doutor em teologia, em seu clássico Introdução ao Cristianismo de 1967, afirma que esse Espírito que dá a vida “(…) Pairava no princípio [Genesis, criação] sobre as águas [marum]…”. Ratzinger esclarece quando fala do modelo icônico do “último Adão”, Jesus: “(…) O realmente novo que não provém das peculiaridades da humanidade e sim do Espírito de Deus. Por isso é ele o segundo Adão (1 Cor 15, 47), é com ele que começa uma nova hominização” (RATZINGER, 2012: 206-207). Entende-se por hominização a “Aquisição de caráter ou atributos distintivos da espécie humana em relação às espécies ancestrais; hominação” (HOMINIZAÇÃO, 2009). Em outras palavras, trata-se de um processo evolutivo do homem. Que continua em Juramidã e sua magnifica e revolucionária teologia.
3.1 – O SEGUNDO ADÃO, GERMANO GUILHERME E A TROMBETA DE JURAMIDÃ
“O primeiro homem, tirado da terra [bar(r)um], é terrestre. O segundo homem vem do céu [“mar sagrado, marum”]. Tal foi o homem terrestre, tais são também os terrestres. Tal foi o homem celeste, tais serão os celestes. E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste. Digo-vos, irmãos: a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus… Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final; sim, a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Com efeito, é necessário que este ser mortal revista a imortalidade” (1 Cor 15: 47-53).
A “trombeta final” citada por Paulo é a sétima trombeta do Apocalipse (10: 7; 11: 15), que descreve o total de sete trombetas. Existem algumas correntes de interpretação a respeito. A que mais me agrada explica o soar das trombetas correlacionando-as a eventos históricos. A sétima trombeta anuncia a “volta de Cristo” (OLIVEIRA, 2016: 126). O número do hino Centenário d’O Cruzeiro revela, cabalisticamente, a sétima trombeta: 97 (9+7 = 16; 1+6 = 7). Ouve-se o seu soar, “traí…” . Justamente, segundo confessou-me a guardiã primaz deste evangelho de profundas revelações, Percília Matos, “Traí” significa o soar de uma corneta, trombeta ou clarim (MAIA NETO, 2003: 44). E Paulo também profetiza que o próprio Senhor (Jesus) tocaria a sétima e última trombeta (1 Ts 4: 16). Mas não mais como Jesus, pois relembro que o próprio Cristo anuncia em Apocalipse 3: 12, que em sua volta revelaria seu “novo nome”. Juramidã é quem toca a trombeta da transformação. É ele mesmo, o “anjo forte” de Ap 10, 1, “ (…) O anjo [lit. mensageiro, hino 97] que vi estar sobre o mar [marum] e sobre a terra [bar(r)um] levantou a sua mão ao céu. (…) Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” (Ap 10:5-7). E se cumprirá – e estão se cumprindo – as profecias neotestamentárias, como as que Jesus proferiu na longa preleção da última ceia, nas quais inclui-se esta: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena…” (Jo 16: 13). Como enfatiza o doutor Paulo Anglada: “Convém observar também que a santidade, biblicamente, procede da verdade” (ANGLADA, 2013: 64). O que é confirmado por Jesus em sua prece, sentado à mesa da derradeira ceia: “Santifica-os na verdade, tua palavra é verdade” (Jo 17: 17).
E assim melhor compreendemos como pode o “ser mortal revestir a imortalidade” (1 Cor 15: 53) se a “corrupção não pode herdar a incorruptibilidade” (v. 50), através da Boa-Nova do Espírito da Verdade, manifestado na parábola genial de Germano Guilherme codificada em seu hino 42, 1: “Vós sois baliza e sois baliza/Deste globo universal/Vós baixa o vento das alturas/Dissolve a terra [bar(r)um] e fica em mar [marum]”. O Anjo da Sétima Trombeta (“Traí”), artífice da divina alquimia trabalha com a força suprema do Espírito Santo simbolizado biblicamente no vento – “Mas recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós…” (At 1: 8). O tradutor doutor Haroldo Dutra Dias sintetiza: “Tanto na língua grega quanto nos idiomas hebraico/aramaico uma única palavra é utilizada para designar dois elementos: espírito e vento (sopro)” (NOVO TESTAMENTO, 2010:401).
Algumas bíblias, incluindo a BÍBLIA de Jerusalém (2004: 1848), traduzem a palavra grega pneuma por “vento” em vez de “sopro”. Essa Força, Espírito Santo, Vento e Sopro, “dissolve a terra”, calcina a matéria (bar(r)um), e “fica em mar”, libera e vivifica o espírito nas ondas do mar sagrado (marum). Aí está – usando uma palavra já citada de Bento XVI – a nova hominização de Juramidã (hino 111), o Terceiro Adão, plenamente consciente de seu Self (“barum, marum mais Eu”) reencontrado no Espírito de Deus (Papai Paxá) que desde sempre “pairava sobre as águas” paradisíacas (Gn 1, 2) – Daime. Esse é o real processo de salvar-se – do homem exilado ao Homem jubilado consciente de si mesmo. Sem necessitar de intermediação clerical, mitificação e dogmatismo lacrador, elementos do paradigma “igreja” do qual Juramidã nos libertou, pois segundo reza a bíblia cabalista, O Zohar: “Pois na época da vinda do Messias, nenhum homem terá que pedir a outro que ensine a sabedoria”. (BENSION, 2006: 78). “Centro Livre” (atentem) foi o primeiro nome escolhido por Mestre Irineu para a sua instituição religiosa no Alto da Santa Cruz, segundo Francisco Granjeiro Filho (CARIOCA, 2000: 63).
Assim, vamos nos conscientizando (salvando), pois “Sabemos, com efeito, que, se a nossa morada terrestre, esta tenda [‘bar(r)um”], for destruída, teremos no céu [“marum”] um edifício, obra de Deus [“barum, marum mais Eu”], morada eterna, não feita por mãos humanas. (…) Pois nós, que estamos nesta tenda, gememos acabrunhados [“treme a terra e geme o mar”, Sois Baliza, 52: 3], porque não queremos ser despojados da nossa veste [“Os filhos que habitam nela/Reclamam sair da terra”, S. B., 36: 1], mas revestir a outra por cima desta, a fim de que o que é mortal seja absorvido pela vida [“O mar (marum, o espiritual) cresce e a terra (barum, o material) baixa/Em diversas partes do universo”, S. B., 36: 1]. E quem nos dispõe a isto foi Deus, que nos deu o penhor do Espírito [“Vós baixa o Vento das alturas…”, S. B., 42; 1]” (2 Cor 5: 1-5).
4 – “BARUM, MARUM MAIS EU”, GERMANO GUILHERME E A “ARTE REGIA” DOS ALQUIMISTAS
Segundo Julius Evola, citando o alquimista medieval Nicolas Flamel, “(…) A Ars Regia indica com esta fórmula: ‘A nossa obra é a transformação de uma natureza noutra, da fraqueza em força, do denso em sutil, da materialidade em espiritualidade’” (EVOLA, 1978: 171). Emma Jung adiciona: “(…) É na alquimia que a ideia do tesouro oculto encontra a sua mais ampla e singular manifestação, porque esta parte da suposição de que haveria na matéria – matéria prima ou vilis – algo precioso, oculto ou aprisionado, isto é, um espírito, cuja libertação ou transformação constitui a obra da “arte real”” (JUNG, 1980: 100). Acerca do tema na literatura do Graal: “Os romances de Chrétien de Troyes e Wolfram von Eschenbach são guias para um caminho de perfeição espiritual, onde o “metal inferior” da falibilidade humana [“bar(r)um”] pode finalmente transforma-se no “puro ouro” [“marum”] da unidade espiritual com o divino [“Papai Paxá”], portanto Parsifal [“O Cruzeiro”] é nada mais, nada menos, que um guia em código para um caminho ascendente de purificação” (HOPKINS, 2002: 149).
O Daime é uma escola de alquimistas; divina alquimia – “Dissolve a terra e fica em mar” (Sois Baliza, 42: 1). Foi a resposta que Germano deu à xarada de seu guru e “maninho” Irineu – “Barum, marum mais eu” (O Cruzeiro, 6: 2). Germano, do latim germanus: “de irmão inteiro, semelhante, verídico” (GERMANO, 2009). “Estas são as sentenças ocultas que o Jesus vivo pronunciou e Judas Tomé, o Gêmeo registrou: (…) “Quem quer que tenha chegado a conhecer o mundo descobriu uma carcaça, e quem quer que tenha descoberto uma carcaça, dessa pessoa o mundo não é digno”. Segundo a citação do especialista em textos gnósticos e tradutor do referido dito 56 do Evangelho de Tomé, professor Marvin Meyer, “Os mundos que estão [acima] são da alma e do espírito, mas [os mundos que estão] abaixo são do corpo e [da] carcaça… alguns estudiosos sugeriram que “carcaça” e “corpo” poderiam ambos derivar do vocábulo aramaico pigra, “cadáver, corpo”” (MEYER, 1993: 55; 102-103).
Na cabala de Germano, o “Vento” (42: 1), que é o Espírito Santo, descobre (revela) a real natureza da carcaça/corpo/bar(r)um (“dissolve a terra”, 42: 1). O que sobra (“marum”), segundo a nota de Marvin Meyer, são a alma e o espírito (“E fica em mar” 42: 1). Em seu hino 36, 1, novamente Germano expressa essa verdade alquímica em linguagem cabalística (enigmática): “O mar cresce e a terra baixa…”, coroando sua “arte regia” (elevação por transmutação ou transmudação) no hino 47, A Minha Mãe Me Engrandeceu, quando afirma por oito vezes – em claríssimo tom de júbilo – a autorrealização (Eu Sou):
A MINHA MÃE ME ENGRANDECEU
PARA EU ETERNAMENTE VOS AGRADECER
DE QUEM SOU EU, DE QUEM SOU EU
DE QUEM SOU EU, DE QUEM SOU EU
PARA O MEU DIVINO PAI
TODOS BONS LOUVORES A VÓS EU VOS DAR
DE QUEM SOU EU, DE QUEM SOU EU
DE QUEM SOU EU, DE QUEM SOU EU
NOTA 1: a propósito, o número 8, na cabala, corresponde justamente a esfera Hod da Árvore da Vida, que significa “Glória” (GONZÁLEZ-WIPPLER, 2006: 50).
NOTA 2: o hinário de Germano Guilherme é oficialmente cantado antes d’O Cruzeiro nas noites festivas de Reis, São João, Virgem da Conceição e Natal. Elogio meritório e agradecido a Madrinha Peregrina Gomes Serra, guardiã da fonte e dignitária do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (CICLU-ALTO SANTO), por manter essa tradição viva ao longo dos anos!
NOTA 3: convido o leitor a ler o estudo da relação entre a equação “Barum, Marum mais eu” e a mística candomblecista encerrada no mistério de Obaluaiê, disponível na interpretação do hino 3, Ripi , subtítulo As Forças dos Orixás N’O Cruzeiro – Um Comentário. Digite ‘Ripi” em “Pesquisar”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ÁLVAREZ VALDÉS, Ariel. Que Sabemos Sobre a Bíblia? (Vol. 2). Aparecida, SP: Santuário, 1997;
AMADO, André Miele. Graal: O Caminho do Guerreiro. Dissertação (dissertação de mestrado em ciências da religião) – UFPB. João Pessoa, 2009;
ANGLADA, Paulo. Imago Dei: Antropologia Reformada. Ananindeua (PA): Knox Publicações, 2013
BAIGENT, M.; LEIGH, R.; LINCOLN, H. O Santo Graal e a Linhagem Sagrada. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009;
BARR – BARRUM. Dicionário de Elementos Mórficos. In. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2009;
BENSION, Ariel (Org.). O Zohar: O Livro do Esplendor. São Paulo: Polar, 2006;
BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém: Nova Edição, Revista e Ampliada. São Paulo: Paulus, 2002;
CARIOCA, Jairo. Doutrina do Santo Daime: A Filosofia do Século. Monografia. Rio Branco, 2000;
CAMPBELL, Joseph. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Pensamento, 2007;
CUNHA SOUSA, Fernanda et al. O Ensino de Latim no Brasil: Um Passado e Várias Perspectivas. Revista Trem das Letras. Alfenas, MG. Vol. 6, N. 2, 2019.
ESCHENBACH, Wolfram von. Parsifal. 4ª ed. São Paulo: Antroposófica, 2015;
EVOLA, Julius. O Mistério do Graal. Lisboa: Veja, 1978;
GERMANO. Dicionário da Língua Portuguesa. In. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2009;
GONZAGA, Luiz; CORDOVIL, Herve. A Vida do Viajante. Álbum “A Vida do Viajante”. Rio de Janeiro. EMI, 1981.
GONZÁLEZ-WIPPLER, Migene. Jesus e a Cabala Mística: Chaves para o Reino. São Paulo: Pensamento, 2006;
HAAG, Michael. Maria Madalena: da Bíblia ao Código Da Vinci: companheira de Jesus, deusa, prostituta, ícone feminista. Rio de Janeiro: Zahar, 2018;
HOMINIZAÇÃO. Dicionário da Língua Portuguesa. In. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2009;
HOPKINS, Marilyn. Rex Deus: o verdadeiro mistério de Rennes-le-Château e a dinastia de Jesus; Rio de Janeiro: Imago, 2002;
JULIEN, Lucienne. Os Cátaros e o Catarismo: do espírito à perseguição. São Paulo: IBRASA, 1993;
JUNG, Emma; FRANZ, Marie-Louise Von. A Lenda do Graal Do Ponto de Vista Psicológico. São Paulo: Cultrix, 1980;
LABATE, Beatriz Caiuby; PACHECO, Gustavo. Matrizes Maranhenses do Santo Daime. In: LABATE, Beatriz Caiuby; ARÁUJO, Wladimyr Sena (Orgs.). O Uso Ritual da Ayahuasca. 2ª ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004;
MAIA NETO, Florestan J. Contos da Lua Branca. Rio Branco, Ac: Fundação Elias Mansour, 2003;
MAR – MARUM. Dicionário de Elementos Mórficos. In. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2009;
MOREIRA, Paulo; MACRAE, Edward. Eu Venho de Longe: Mestre Irineu e seus companheiros. Salvador. EDUFBA, 2011;
NOVO TESTAMENTO. Tradutor Haroldo Dutra Dias; revisor Cléber Varandas de Lima. Brasília (DF), Brasil: Conselho Espírita Internacional, 2010;
MEYER, Marvin. In. O EVANGELHO de TOMÉ: As Sentenças Ocultas de Jesus/tradução para o inglês de Marvin Meyer com uma introdução de Harold Bloom. Rio de Janeiro: Imago Ed, 1993;
OLIVEIRA, Arílton. Apocalipse: A Batalha Final. Jacareí, SP: Ed. do Autor, 2016;
PAXÁ. Dicionário da Língua Portuguesa. In. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2009;
RATZINGER, Joseph. Introdução ao Cristianismo: Preleções sobre o Símbolo Apostólico com um novo ensaio introdutório. 6ª ed. São Paulo, SP: Loyola, 2012;
REVISTA DO CENTENÁRIO: edição comemorativa – 100 anos do Mestre Irineu. Rio de Janeiro: Editora Beija-Flor, 1992;
SCHMIDT PATIER, A. R. Prefácio. In. ESCHENBACH, Wolfram von. Parsifal. 4ª ed. São Paulo: Antroposófica, 2015;
SILVA, Severino Celestino da. Analisando as Traduções Bíblicas: Refletindo a Essência da Mensagem Bíblica. 11ª Ed. João Pessoa: Ideia, 2014;
TROYES, Chrétien de. Perceval ou O Romance do Graal. São Paulo: Polar, 2017;
Respostas de 9
Gratidão
💜🌷💜🌷💜🌷
Parece loucura , mas é estudo fino
Kkkkkkk. Eu sou um louco de Deus! Grande abraço fraterno. Muito agradecido 💜🌷
Obrigado por toda instrução.
Grato por todo carinho! 💜🌷
Querido amigo finalmente conclui a leitura de tão fino estudo. Estou extasiada dê tantos insights que me vieram durante a leitura. Sempre grata por sua coragem e disponibilidade de nos trazer tanta elucidação do idioma de Juramidã. Amo-te. Gratidão sempre.
Prezada Stephanie, agradeço muito pelo feedback positivo. Só me dá mais força para seguir. Não é tarefa fácil, mas sigamos com dedicação e responsabilidade! Também te amo 💕