Apresentação

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Última atualização em 2 de fevereiro de 2024.

 

INTRODUÇÃO

Este site, O Evangelho de Juramidã, é uma amostra do livro homônimo que estou escrevendo sobre a teologia do Daime, sem prazo definido de lançamento. Surgiu de minhas exegeses dos hinos d’ O Cruzeiro, hinário de Mestre Irineu, em minha página pessoal no Facebook. Através do site, as interpretações estarão mais facilmente acessíveis, melhor organizadas e com conteúdo mais amplo à disposição na categoria  “Exegeses dos Hinos”. Na categoria “História dos Hinos”, disponibilizo contextos históricos, quando houver e que sejam de meu conhecimento (aceito colaborações devidamente referendadas e que serão creditadas). Na categoria “Apêndices”, estarão textos não relacionados diretamente aos hinos, mas que julgo importantes em relação à doutrina professada por Raimundo Irineu Serra. Por fim, na categoria “Salmos”, gradativamente publicarei 30 poesias espirituais de minha autoria e que de alguma forma estão sintonizadas a alguns hinos que aqui serão estudados.

“Evangelho”, do grego euaggélion, significa “boa notícia”. “Juramidã” é o nome metafísico de Mestre Irineu, cujo estudo aprofundado ocupa um dos sete apêndices do livro. De forma coerente, denomino as estrofes dos hinos de versículos, ou seja, pequenos versos. Como referido na categoria “Biografia” deste site, o hinário O Cruzeiro é a obra central da base doutrinária do Daime, complementada pelos evangelhos de Germano Guilherme (“Sois Baliza”); Antônio Gomes (“Amor Divino”); João Pereira (“Seis de Janeiro”) e Maria Damião (“Mensageiro”). Esporadicamente esses hinários serão citados nas exegeses, pois junto ao “Hinário do Mestre” perfazem a ortodoxia clássica dos ensinos daimistas. Também citarei, ocasionalmente, O Ramalho, evangelho de Raimundo Gomes da Silva, filho de Antônio Gomes da Silva. Igualmente ao pai, recebeu a honraria de ter seu hinário canonizado no CICLU-Alto Santo, centro matriz do Daime sem filiais, trazendo importantes e significativas revelações sobre a missão de Juramidã.

Segundo o dicionário Houaiss, a etimologia da palavra “ortodoxia” aceita a acepção “juízo da origem” – “orto” = o princípio, a origem; “doxa” = opinião, juízo (ORTODOXIA, 2009) -, e nada tem a ver com um fundamentalismo preconceituoso e intolerante. A propósito, a intransigência faz-se presente no Novo Testamento, quando o autor de Gálatas alerta aos seguidores: “Entretanto, se alguém – ainda que nós mesmos ou um anjo do céu – vos anunciar um evangelho diferente do que vos anunciamos, seja anátema [objeto de maldição!]. Como já vo-lo dissemos, volto a dizê-lo agora: se alguém vos anunciar um evangelho diferente do que recebestes, seja anátema” (Gl 1: 8-9). Qual é o evangelho (boa-nova) defendido de forma tão inexorável? O Novo Testamento? À época, não existia um. Nesse momento, como bem sabem os estudiosos, os escritos paulinos eram os primeiros e únicos documentos a circular na cristandade, antes de Marcos, Mateus, Lucas e João serem escritos, nessa ordem cronológica segundo estudos atualizados de bibliogênese neotestamentária (BROWN, 2012: 190). Portanto, o “evangelho” defendido na apaixonada exortação, usada por alguns fundamentalistas modernos para demonizar as escrituras (os evangelhos) de outras religiões, era tão somente a forma como o autor entendia a doutrina de Jesus. Mas não a única.

Essa semente inquisitorial que ordena amaldiçoar (anatematizar) qualquer outra “boa nova” que surgisse, frutificou após o cristianismo católico sucumbir aos caprichos do déspota Constantino – de religião perseguida à perseguidora! Nas sábias palavras do profícuo filósofo, educador e teólogo Huberto Rohden, Constantino “ofereceu três presentes gregos: armas, política, dinheiro – armas para matar seus inimigos, política para enganar os amigos e dinheiro para comprar e vender consciências” (ROHDEN, 1990: 90). Respectivamente: perseguições, traições e venda de indulgências ao longo da história nem tão santa da Igreja romana. Em 325 d.C., “(…) Constantino convocou o histórico Concílio de Nicéia, que emitiu o credo definidor do cristianismo [católico], o Credo Niceno. (…) Ser cristão significava subscrever a declaração de fé criada por Constantino. (…) Os outros podiam optar por seguir o caminho de Estevão e tornarem-se mártires ou ir pela mesma via que Nicodemos e passar à clandestinidade” (JACOBOVICI, 2015: 49).

A partir de então, alguns evangelhos gnósticos, incluindo os atribuídos aos apóstolos Tomé, Felipe e Madalena tiveram suas destruições intensificadas. Ação potencializada pela fatídica determinação do poderoso bispo de Alexandria Atanásio que, em 367 d.C., escreveu uma carta pastoral às igrejas egípcias ordenando apenas a leitura dos vinte sete livros que compõem o Novo Testamento, com a sumária exclusão dos demais textos (EHRMAN, 2006: 46). O historiador holandês Jacob Slavenburg reproduz uma parte dessa 39ª carta pastoral de Atanásio: “Estas são as fontes de salvação, para que os que tem sede possam ser saciados com as suas palavras. Só nestes livros é anunciada a doutrina da divindade. Que ninguém lhes acrescente ou retire nada” (SLAVENBURG, 2012: 123). Atanásio agiu sob ordens da cúpula romana, pois o Egito era o maior foco de resistência gnóstica. A ameaça era tornar o clero e o divinizado imperador mais vulneráveis em sua dispensabilidade como intermediários da salvação, além de provocar uma rachadura na ortodoxia da religião dominante do Império. A atitude de Atanásio tornou-se ordem papal vinte e cinco anos depois, no Concílio de Hipo em 393 d.C., e no Concílio de Cartago em 397 d.C., quando sob autoridade dogmática, os vinte e sete livros do Novo Testamento foram decretados como os únicos aceitos (BAIGENT, 2006: 86). Bem disse Carl Gustav Jung sobre a opressão do cristianismo eclesiástico sobre o gnosticismo: “Não me parece ilógico que um estado psíquico anteriormente reprimido volte a manifestar-se quando as ideias mestras da condição supressora começam a perder sua força” (JUNG, 2011: 121)...

Como Jesus, um xamã gnóstico, que antes de ser criminado por blasfêmia por “se fazer Deus”  (Jo 10, 33), foi acusado de praticar magia (“macumbeiro”) em nome de Beelzebub, e com isso ser tachado de louco (Mc 3, 20-22), Mestre Irineu, cristão confesso, poderia ter sido visto como um apóstata diante da fé oficial. Retira o Credo (de seu terço) e a Bíblia do oficio litúrgico, e faz de uma bebida “alucinógena” um sacramento. Em que pese a grande influência católica exercida por sua mãe Joana Serra, renuncia à principal confissão de fé da Igreja romana e anos mais tarde se associa à Ordem Rosacruz de onde inclusive recebeu um diploma de Honra ao Mérito (Carioca, 2000: 60). O epíteto “Imperador” que lhe é atribuído em estatuto (p. 18), muito provavelmente espelha-se no Imperator rosacruz, o líder mundial da Ordem (Evola, 1978: 231). Por sua vez, a Ordem e esse título nos levam aos Templários, que, junto aos mártires cátaros, foram brutalmente perseguidos e incinerados pela Igreja por professarem doutrinas nada ortodoxas em relação ao Vaticano. O denominado “mito medieval do Imperador” faz-se presente na obra colossal do trovador templário Wolfram von Eschenbach (1170 – 1220), cujo protagonista Parsifal, o Herói do Graal,  encarna – nas palavras do prefaciador do livro, A. R. Schmidt  Patier – o  “herói restaurador” e “Messias Imperial” a quem a despeito do papado, cabia verdadeiramente  “O papel esotérico de grande mediador entre a ordem cósmica e terrena” (ESCHENBACH, 2015: 24). A “saga imperial – O Senhor Universal” representa, segundo o filósofo Julius Evola, “(…) Um tema que remonta à mais alta antiguidade e que tem igualmente uma certa relação com a doutrina das “manifestações cíclicas”, ou avatara…”. Esse Imperador age em um “Centro”, o “Meio do Mundo” (EVOLA, 1978: 61, 233-234). Renunciando ao paradigma “Igreja” – clericalismo, proselitismo, culto à personalidade, dogmatismo cego e monetização da fé  – o Mestre Imperador ou Chefe Império Juramidã fundamenta seu mistério no Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (CICLU), que, segundo o célebre contemporâneo Francisco Granjeiro, primeiramente recebeu o nome de Centro Livre (CARIOCA, 2023: 190).

Segundo a lenda, a presença e a palavra do Herói do Graal “Fizeram reflorescer a terra devastada. Ele restaurou o reino…” (ESCHENBACH, 2015: 25). Pois, “No judaísmo, espera-se do Messias que ele introduza os judeus no jardim do Éden” (BÍBLIA, 2015: 2432, nota “e”). Não é sem propósito a palavra jardim aparecer 17 vezes em dez hinos n’ O Cruzeiro, bem como a palavra flor ou flores repetirem-se 18 vezes em 12 hinos. E é justamente no hino 79, Jardineiro, que nosso Parsifal tupiniquim celebra o  “reflorescer da terra devastada” citando a expressão “jardim de belas flores” por três vezes! A odisseia do Mestre Imperador Juramidã está registrada em seu revolucionário evangelho testamentário. Esse oráculo – com várias chaves ocultas nas entrelinhas – tem elos com algumas tradições religiosas e esotéricas. Dentre essas, abordarei a Bíblia Hebraica (“Antigo Testamento”), o Novo Testamento, o Evangelho de Tomé, a Cabalá e as Doutrinas do Graal. Alguns seguidores do Daime, aludindo à Bíblia, tratam os hinários como partícipes de um “Terceiro Testamento” (JACCOUD, 1992). No CICLU-Alto Santo, além dos hinários O Cruzeiro de Mestre Irineu, Sois Baliza de Germano Guilherme,  O Amor Divino de Antônio Gomes da Silva, Seis de Janeiro de João Pereira e O Mensageiro de Maria Damião, inclui-se mais três: O Ramalho de Raimundo Gomes da Silva, A Condessa de Zumira Gomes e A Bandeira de Peregrina Gomes Serra. Vide abaixo as foto de uma escultura colocada sobre a base de uma coluna em frente à sede de trabalhos do Centro (clicks do condiscípulo e jornalista Altino Machado no São João de 2022).

                                                                                           

Utilizo a expressão Novíssimo Testamento, considerando uma acepção teológica que assim traduz o vocábulo “novíssimo”: “Segundo a doutrina cristã, as quatro últimas coisas que constituem a realidade última da vida dos homens: morte, juízo, inferno ou paraíso” (NOVÍSSIMO, 2009). A definição é um mistério que pode ser compreendido no profundo trabalho esotérico de caos e criação pertinente ao Daime. Ainda que Mestre Irineu acertadamente não tenha oficializado a Bíblia em sua liturgia, não se absteve de lê-la, como declara nestas palavras transmitidas por seu contemporâneo João Facundes: “Da Bíblia eu tirei dois mandamentos: pra nós amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. (…) O meu Cruzeiro tá cortando a Bíblia de fio a pavio, comparem” (MOREIRA & MACRAE, 2011: 374). À primeira vista, tal juízo pode soar simplório e denotar subestimação, mas contém um saber que remonta dois mil anos, quando um famoso rabino fariseu liberal chamado Hillel disse algo semelhante sobre a Torá. Segundo o aclamado A Bíblia, Uma Biografia, “Diz-se que um dia um pagão aproximou-se de Hillel e prometeu converter-se ao judaísmo caso ele conseguisse resumir toda a Torá enquanto se equilibrava numa perna só. Equilibrando-se numa perna só, Hillel respondeu: “Não faz a teu próximo o que for odioso para ti mesmo. Esta é toda a Torá, e o restante não passa de comentário. Vai estudá-la” (ARMSTRONG, 2007: 84). Endossando a síntese de Hillel e Irineu Serra, Jesus proclamou segundo Mateus 22,40: “Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. Mestre Irineu é renovador em um processo muito importante presente em sua obra: o revisionismo da Bíblia, o que inclui a demitologização, subtítulo que abordarei à frente. Embora seja certo que o Antigo e o Novo Testamento contenham uma bela e inegável verdade atemporal, também possuem juízos estereotipados contextuais a seus escribas, que hoje soam anacrônicos.

A Reforma Protestante julgou ter retificado o plano da salvação ao substituir o sola ecclesia (somente a Igreja) pelo sola scriptura (somente a Escritura). Contudo, ao mesmo tempo em que libertava a “verdade” das algemas eclesiásticas, lançava a pedra fundamental de uma grande prisão: a bibliolatria,  veneração da Bíblia como verdade em termos absolutos, o que estimula o fundamentalismo e arrefece o bom senso humanista. Concluo que, Mestre Irineu ao promover uma “filtragem” da Bíblia, lega uma grandiosa herança a seus discípulos: livrá-los do grilhão bibliolátrico sem renunciar ao suprassumo sapiencial que o célebre livro – o mais vendido da história – possui. Em seu O Nascimento do Cristianismo, o ex-padre e afamado teólogo John D. Crossan traz muita clareza sobre a questão, especificamente em relação aos Evangelhos: “Não são história, embora contenham história. Não são biografia, embora contenham biografia. São evangelho – isto é, boa nova. Boa indica que a nova é boa do ponto de vista de alguém…”. E esclarece: “(…) Nova indica que uma atualização periódica está envolvida. Indica que Jesus é constantemente transformado para novos tempos e lugares, situações e problemas, autores e comunidades”. Arremata afirmando “(…) A liberdade soberana com a qual os evangelistas adotaram e adaptaram, acrescentaram e omitiram, mudaram e criaram, as palavras e feitos do próprio Jesus” (CROSSAN, 2004: 61). Segundo Aldous Huxley, “O passado não é algo fixo e inalterável. Seus fatos são redescobertos por cada geração que se sucede, seus valores são reavaliados, seus sentidos redefinidos no contexto dos gostos e preocupações atuais” (HUXLEY, 2015: 130). O prestigiado e polêmico teólogo de formação católica, o galego Andrés T. Queiruga segue na mesma trilha: “A fé, para ser viva, necessita de uma contínua atualização, pois somente assim deixa de ser teoria abstrata para se converter em experiência efetiva” (TORRES QUEIRUGA, 2010: 17).

Verdade sintetizada por Jesus quando anunciou em sua época a nova economia da salvação: “Ninguém lança vinho novo em odres velhos, senão, o vinho romperá os odres, o vinho se perde e também os odres. Mas se lança vinho novo em odres novos”. (Mc 2:22). No pensamento de dois teólogos protestantes não fundamentalistas: “Onde há interesse pelo humanismo que se emancipa da tutela eclesiástica, Jesus se torna desafiador das instituições religiosas” (THEISSEN & MERZ, 2015: 20). Voz revolucionária a ecoar na antológica música “Cordilheira” de Sueli Costa e Paulo Cézar Pinheiro. Inicialmente censurada pelo governo militar, proclama na segunda estrofe: “Eu quero crer na solução dos Evangelhos/Obrigando os nossos moços ao poder dos nossos velhos”! Vislumbro três importantes atualizações neste Novíssimo Testamento inspirado no Daime, o “Vinho Novo” da parábola de Jesus ressignificada.

 

PRIMEIRA ATUALIZAÇÃO: A DEMITOLOGIZAÇÃO.

Denomina-se demitologização a tentativa hermenêutica de analisar o significado real da linguagem mitológica usada na Bíblia, em especial no Novo Testamento. O grande personagem dessa ciência teológica atendeu pelo nome de Rudolf Karl Bultmann (1844 – 1976), teólogo protestante não fundamentalista que, em 21 de abril de 1941, em um encontro da Sociedade de Teologia Evangélica, escandalizou o público ao afirmar sem titubeio o sobrenaturalismo neotestamentário como mitologia e não como acontecimento factual. Na palestra que se transformou em livro, o subversivo teólogo alemão nos ajuda a entender, por exemplos, alguns pontos do porquê de Mestre Irineu ter retirado o Credo do terço daimista: “Qual é o sentido de confessar hoje “desceu ao inferno” ou “subiu ao céu”, se aquele que o confessa não compartilha a concepção mítica do universo em três patamares, concepção que se encontra subjacente a essas formulações? Tais orações só podem ser confessadas com sinceridade se é possível despir sua verdade da concepção mitológica que a molda …” (BULTMANN, 1999: 8) Veja o diagrama abaixo para melhor entendimento dessa concepção dos antigos judeus na qual o Credo foi fundamentado (BÖSEN, 2015: 55).

                                                       

E com imagens puramente mitológicas, Bultmann encerra com o que pareceu ultraje aos bibliólatras presentes: “Eliminada está a expectativa do “Filho do homem” vindo sobre as nuvens do céu e do arrebatamento dos crentes no ar, ao seu encontro (1 Ts 4, 17)” (BULTMANN, 1999: 8). Adiante, melhor explica sua revolucionária teologia afirmando que o pensamento mitológico concebe “O transcendente como aquilo que está distante no espaço e seu poder como quantitativamente maior do que a capacidade humana” – justifica-se a atualização corretiva de Mestre Irineu no Pai Nosso: “Vamos nós ao vosso Reino”. E arremata: “A demitologização, por sua vez, pretende expressar a verdadeira intenção do mito, a saber, a intenção de falar acerca da verdadeira realidade do ser humano” (p. 101). A isso dá-se o nome de teologia existencialista, a que melhor atende aos anseios dos homens da presente era.

Bultmann está correto, pois os autores do Novo Testamento escreviam para o público greco-romano, condicionados à cosmovisão mitológica. Era absolutamente normal que, “(…) Um escritor do mundo antigo narrasse contos de deuses e heróis cujos fatos fundamentais eram reconhecidos como irreais, mas cuja mensagem subjacente seria vista como verdadeira” (ASLAN, 2013: 56); pois, “Somente a partir do iluminismo do século XVII a cultura ocidental começou a identificar verdade com “factualidade”” (BORG & CROSSAN, 2006: 233). Explica-se o porquê, tornando à citação de 1 Ts 4, 17 feita por Bultmann, de Paulo proclamar o conto fabuloso do encontro dos crentes arrebatados com Jesus nos ares. Mestre Irineu também faz uma atualização na doutrina paulina do arrebatamento: “Subi, subi, subi/Subi foi com amor/Encontrei com o Pai eterno/E Jesus Cristo redentor” (124:3). Igualmente atualiza outras doutrinas, que explicitarei à medida que for publicando as exegeses dos hinos.

Posso adiantar uma: a citada por Bultmann no obsoleto Credo, que diz respeito a descida de Jesus aos infernos ou como é recitado atualmente, “à mansão dos mortos”. Para entender a afirmação é fundamental contextualizá-la. Outro teólogo da tradicionalíssima escola alemã, Willibald Bösen, católico liberal, nos ajuda a compreender ao expor as raízes dessa teologia retrógada: “(…) A ressurreição de Jesus é entendida como uma subida do reino da morte, como se depreende, por exemplo, de Rm 10, 7…” (BÖSEN, 2015: 54). Vamos à citação epistolar paulina: “Quem descerá ao abismo? Isto é, para fazer Cristo levantar-se dentre os mortos”. Anotam os comentaristas da notável Bíblia de Jerusalém (2002: 1983, nota f.): “Abismo do oceano em Dt 30, 13; do Xeol, segundo a aplicação que Paulo faz desta passagem”. Paulo, mesmo após sua conversão no caminho para Damasco (At 9, 1-19), intimado e acossado pelo Sinédrio, declara-se com todas as letras: “Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus” (At 23, 6). Claro, a doutrina do Xeol ou Sheol (a “mansão dos mortos” do Credo) era farisaica oriunda da tradição veterotestamentária (Ez 32, 27; Sl 31, 18; Sl 88, 4-5; Jó 10, 21-22). Juramidã vem replantar o que se desvirtuou e ressignificar o que o entendimento humano em uma janela de tempo aprisionou!

A atualização está em dois hinos: “A Minha Mãe é a Santa Virgem”, quando decanta: “Ninguém trata de aprender/Só se levam na ilusão/Aqui mesmo neste mundo/Está no mar da escuridão” (16: 5); e no hino “A Virgem Mãe Que Me Ensinou”, a corroborar que o “inferno” ou “mansão dos mortos” – o reino da inconsciência em que estão, na linguagem farisaica paulina, os que “dormem” (1 Ts 4, 15) –  é aqui mesmo, onde por misericórdia o grande Mestre desceu para despertar nossas almas do mórbido torpor, “A escuridão é tão terrível/que ninguém pode enxergar/Vós me dê a santa luz/Para eu poder enxergar” (44: 3), nos arrebatando deste mundo cadavérico, como recém-traduzido no hino 124!

 

SEGUNDA ATUALIZAÇÃO: O PROTAGONISMO DA DEUSA

A preponderância da Grande Mãe, a Mãe Divina, a Sophia dos gnósticos. Houve um período na história da humanidade denominado Neolítico (aprox. 10000 a. C. a 4000 a. C.), caracterizado pelo desenvolvimento da agricultura e criação de animais em que Deus era cultuado como feminino nas regiões que hoje correspondem a Europa e Oriente Médio. A Deusa estava diretamente ligada a terra e suas bênçãos traduziam-se em grandes colheitas. Considerando que, muitas sociedades eram matriarcais, a Deusa espelhava-se nas próprias mulheres em suas três fases (estudo do hino 64): a virgem, a mulher e a anciã (STARBIRD, 2004: 138). Os séculos passaram e eis que surgiu a Bíblia Hebraica trazendo Jeová, Deus sem companheira. Entretanto, “Originalmente Jeová fora membro da Assembleia Divina dos “santos”, que El, o poderoso deus de Canaã, havia presidido com sua consorte Aserá” (ARMSTRONG, 2007: 22). Os escribas de Judá exilaram a contraparte feminina de Deus. A historiadora canadense Bonnie Kreps justifica cirurgicamente: “O Velho Testamento estabeleceu uma única divindade masculina e determinou com firmeza que as mulheres são inferiores aos homens. (…) Na história da tentação de Eva pela serpente, os sacerdotes hebreus mataram dois coelhos com uma cajadada: livraram-se da Deusa, que era diretamente associada à serpente, representando-a nos mitos antigos, e fizeram de Eva e todas as mulheres o bode expiatório dali por diante. Na Bíblia, ela foi suplantada pela ideia de um Deus como um pai autoritário e punitivo” (COELHO, 2010: 214).

Meio milênio após, considerando que a maior parte dos livros do cânon judaico foi redigida/editada entre o século VII e VI a.C. (FINKELSTEIN, 2003: 23-27), ressurge a Deusa nos Evangelhos de Mateus e de Lucas apresentada como “A Virgem”, em um papel coadjuvante ao protagonismo de Jesus; todavia, na tradição dos primeiros Pais da Igreja, Sua expressão mulher foi menosprezada e rotulada como porta da perdição; prostituída ao ser subtraída de sua dignidade, ou nestas palavras do filósofo e teólogo Jean-Yves Leloup: “(…) É próprio da prostituta fazer-se de objeto, fundir seu desejo ao desejo do outro e reduzir-se a ele. Prostituir-se é, de certa maneira, renunciar ao seu estado de Sujeito…” (LELOUP, 2014: 174). É o que expressa esta pérola sexista do Novo Testamento, na tradução predileta do protestantismo, a de João Ferreira de Almeida: “A mulher aprenda em silêncio com toda submissão. Não permito que a mulher ensine, nem que exerça  autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher sendo enganada, caiu em pecado. Todavia, Salvar-se-á, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação (1 Timóteo 2: 11-15). Subjugadas, amordaçadas, culpadas e pela prenhez salvas!

Na novíssima boa-nova de Mestre Irineu, a Deusa finalmente assume seu lugar de direito, protagonizando o evangelho proclamado por seu Filho, que obviamente não esquece de seu Pai. A título de informação, o nome Pai ou Papai aparece citado em 44 hinos repetidos 62 vezes. O nome de Jesus aparece em 36 hinos repetidos 52 vezes. Já em relação à Mãe, que é indissociável do Espírito Santo, O Cruzeiro cita-a em 115 hinos por 209 vezes, considerando-se apenas as seguintes variantes nominais: Mãe, Virgem ou Santa Virgem, Rainha, Maria, Virgem Maria, Senhora, Mãe Divina ou Divina Mãe. Não estou contabilizando os epítetos protetora, professora, flor, advogada, estrela, lua cheia, soberana e rosa do jardim. Tão importante quanto o resgate da Deusa é a valorização de Sua expressão mulher nas sacerdotisas daimistas, por Mestre Irineu exaltadas no hino 64, 7: “Eu dou viva à Virgem Mãe, viva as suas companheiras…”! Estamos diante de uma concepção ginecocrática, tomando a feliz expressão emprestada de Julius Evola. Segundo o filosofo italiano, tais concepções “(…) Devem ser tomadas como resíduos do ciclo da civilização lunar, em que se reflete o tema da passividade e da dependência do homem perante o Espírito concebido sob o aspecto feminino: Mãe cósmica ou Magna Mater, Mãe da Vida, etc…” (EVOLA, 1978: 40). Bem diz Juramidã através do hinário de João Pereira, a quem denomino Príncipe das Valsas Celestiais: “Eu vim para este mundo replantar a Santa Flor…” (42, 1). Quanta sabedoria, doçura e sensibilidade ao beijar a Flor e sorver o néctar do amor!

 

TERCEIRA ATUALIZAÇÃO: O SOLA GNÔSIS

A Sophia gnóstica está rediviva em Princesa Soloína, “É nessa estrada que se ensina” e “Quem seguir neste caminho todos tem que aprender” (63, 2-3). Esse é o hino que mais repete a palavra “caminho” (3x), como os primeiríssimos cristãos denominavam a senda mística do divino Mestre, antes que todos os descaminhos levassem a Roma. Pois, a terceira grande novidade deste Novíssimo Testamento inspirado no Daime é o despertar da consciência em uma revolução democrática: o inebriar do sagrado Vinho revela a Palavra (Logos) à medida que compreendemos o que não deve ser imposto como verdade – adoração racional de Deus sem perder a magia do lume visionário. Nestes dias, o “Vinho Novo” exige um odre novo, o sola gnôsis, somente pela sabedoria do Eu Superior, Eu Sou, Deus em mim, a potencialidade divina do ser humano – n’ O Cruzeiro, a expressão “Eu sou” aparece 33 vezes em 14 hinos, e a palavra “sou” 33 vezes em 17 hinos. Os olhos se abrem e os ouvidos escutam os estilhaçar de velhos dogmas e mitos. Caminha-se sem as muletas da intermediação, guiando-se pela luz da consciência e da ética, pois o Daime como religião constituída também não se livrou das crises morais pertinentes aos homens; seu caráter sagrado está acima daqueles que o profanam. O tempo da “sola gnôsis” nos torna independentes dos cleros e seus currais, tendo sido profetizado por Jeremias 31, 32-33, o mesmo que alertou sobre “a pena mentirosa dos escribas” (Jr 8,8): “(…) Porei minha lei no fundo de seu ser e a escreverei em seu coração. Então serei seu Deus e eles serão meu povo. Eles não terão mais que instruir seu próximo ou seu irmão, dizendo: “Conheci o Eterno!”. Porque todos me conhecerão, dos menores aos maiores, – oráculo do Eterno – porque perdoarei sua culpa e não me lembrarei mais de seu pecado”. A bíblia cabalista O Zohar diz algo parecido: “Pois na época da vinda do Messias, nenhum homem terá que pedir a outro que ensine a sabedoria” (BENSION, 2006: 78).

 

A CABALÁ

A palavra cabalá deriva da raiz hebraica Kibel, “receber” (GONZÁLEZ-WIPPLER: 2006: 9). Segundo o Rabino Chaim Kramer, “A palavra cabalá significa “recebido” e designa um conjunto de conhecimentos que foi recebido profeticamente e transmitido com exatidão de geração a geração” (KRAMER: 2008: 31). No hino 110,3 do evangelho de Raimundo Gomes (O Ramalho) afirma-se que a doutrina revelada pelo Daime é uma cabalá: “Os apóstolos estão chegando/Para vir nos ajudar/Para firmar esta cabala/No mundo material”. Declara-se no hino 102,3 que “esta cabala” inaugura um certo “idioma”: “Sigo sempre o meu destino/Falando meu idioma/Só não falo português/Porque o povo anda na ronda”. Mestre Irineu utilizou uma linguagem cabalística na fundamentação de seu evangelho com o provável intuito de resguardar sua mensagem – trata-se de um criptograma, um documento escrito em códigos. Essa linguagem inclui certos nomes, tais como: “Tuperci”, “Ripi”, “Equiôr”, “Barum”, “Marum”, “B.G”, “Cantar Praia”, “Leão Branco”, etc. Tais criptografias serão estudadas ao longo das interpretações. Temos ainda as entrelinhas dos hinos, que nos revelam com clareza a identidade espiritual de Mestre Irineu e o real significado de sua missão.

Um dos grandes fundamentos da Cabalá propriamente dita é a concepção de Deus como Pai e Mãe, Elohim que criou o mundo, “O Rei e à Rainha do universo criador” do hino 25,5, Oferecimento. A Cabalá traduz uma verdade universal, e os cabalistas são conhecidos por “Filhos da Doutrina” (GONZÁLES-WIPPLER: 2006:42). É uma ciência adotada por antigos hebreus e transmitidas de geração a geração desde quando o sacerdote Melquisedec trouxe pão e vinho para o então Abrão, abençoando-o (Gn 14: 18,19). Aqui repousa um mistério que se manifesta no Novo Testamento, quando Jesus também distribui pão e vinho a seus apóstolos, cujo simbolismo é declarado solenemente no hino 42 d’O Cruzeiro: “A terra aonde estou/Ninguém acreditou/Dai-me amor, dai-me amor/Dai-me (“Daime”,) o pão do Criador”.  O arcabouço místico da Cabalá será discorrida, de forma didática, simples e bem resumida, ao longo das interpretações dos hinos.

 

A RELIGIOSIDADE AFRICANA

O Cruzeiro, universal e testamento místico e histórico de Raimundo Irineu Serra, não poderia deixar à margem sua ancestralidade, como neto de escravos que foi. Assim, vislumbro indícios desse resgate em alguns hinos, como por exemplo, no hino 3, Ripi, em que Iaiá, transliteração do iorubá ìyá ìyá, “mãe mãe”, “duas vezes mãe”, “avó”, nos levará a Mãe dos Orixás, Nanã. Pois, justamente, no hino 66, 5, Ela aparecerá sincretizada à Senhora Santana, e, no hino 129, 2, Pisei Na Terra Fria, exatamente como no mito iorubá da criação, reclamará o corpo de seu elégùn: “A minha mãe que nos criou/E me dá todos ensinos/A matéria eu entrego a ela/E o meu espírito ao divino”. Eis o anuncio de sua volta ao Orum. Vide interpretação do hino 3, Ripi, para um aprofundamento desse estudo. Basta digitar “Ripi” no espaço “Pesquisar”.

 

REMATE

No capítulo 14,6 do Apocalipse, João  profetiza: “Vi depois outro Anjo [ággelos, mensageiro, hino 95] que voava no meio do céu, com um evangelho eterno para anunciar aos habitantes da terra, a toda nação, tribo, língua e povo” Esse é o evangelho que vos apresento! Na proclamação de Juramidã: “O amor eternamente/Eu desejo publicar/Para ser um filho seu/Fazer bem não fazer mal…” (19: 1). O eterno Mestre, que no epílogo de seu testamento afirma estar “Aqui no meio deste salão”, após agradecer a quem rogou por sua volta (hino 128). Faz pena que “A terra aonde estou ninguém acreditou” (42,1), pois na Galileia dos Estrangeiros (à letra, Gentios), anunciando que sua pessoa cumpria as profecias, Jesus proclamou: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”! (Lc 4, 24).

Há aproximadamente 75 anos, a sacerdotisa Maria Damião – que dizia viver “como uma irmã desvalida” e a quem presto honra – anunciava no hino 46, 7 do hinário O Mensageiro,  a subversão instaurada: “O tempo está demudado/Mudou de governo/Novas revoluções/Aqui com os estrangeiros”. No versículo seguinte, alerta: “Ninguém deve anunciar/Que ninguém não tem bandeira/Todos devem esperar/Pelo Chefe estrangeiro”. A expectativa findou-se, pois a sua bandeira o velho Galileu está a desfraldar…

Viva os novos galileus!

Viva a doutrina de Jesus!

Viva Juramidã!

Bem-vindos, prezados leitores.

Bons estudos.

 

NOTA EXPLICATIVA: em meus estudos, a exegese da palavra “estrangeiro” admite uma variação, que servirá de acréscimo àquela que vos apresentei. Quando estive na casa da tutora do hinário “O Mensageiro”, Percília Matos, fazendo minha quinta e última visita, após tomarmos um cafezinho preparado e temperado com pouco açúcar e muito afeto pela anfitriã, passamos hino a hino, e quando chegamos no 48, “Vamos dar Viva à Nossa Pátria”, o penúltimo, a saudosa mentora esclareceu-me que a “pátria” não era o Brasil, mas a “Pátria Espiritual” revelada no versículo 5: “O nosso Mestre nos dá força/Até um dia final/Que nossa mãe está nos esperando/No reino divinal” – a pátria é o reino divinal (espiritual). Mas o que isso tem a ver com “os estrangeiros”? Deixo a cargo dos exegetas da Bíblia de Jerusalém: “A terra pertence a Deus (Sl 24,1); o homem vive nela como estrangeiro (Lv 25,23), como quem está “de passagem”, pois deve deixá-la na morte (Sl 39,13s; 119,19; 1Cr 29, 10-15). Após a revelação da ressurreição dos mortos (2 Mc 7,9+), o tema se completa: a verdadeira pátria do homem está no céu (Fl 3,20; Cl 3,1-4; Hb 11,8; 13,14); ele vive na terra “como no exílio”, (…) no meio de um mundo pagão, cujos vícios é preciso evitar (1 Pd 2,11; 4,2-4) …” (2002:2113. Nota “a”).

 

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4 respostas

  1. Olá! Meus parabéns por sua iniciativa. Lhe agradeço, pois, além de me ajudar a traduzir os ensinamentos do Mestre, também me despertou uma vontade em rever meus métodos de estudos. Um abraço.

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