Salmo 21: Consolo

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Quando amor se vai,

Um pedaço faltando,

Só a dor abundando.

Da flor aos espinhos,

Quanto mais afagos,

Tanto mais sozinho.

Sala, lamento, velas,

Jejum e porta aberta,

Só lenços na baixela,

O minadouro do olho,

Aguando a raiz eterna:

Amor! Ato e passado,

Pela metade e inteiro,

O primaz e derradeiro,

No céu e na necrópole,

E há vida até na morte:

No sono da eternidade,

Não fenece a saudade!

Da noite em desalento,

Reponta a bendita luz,

Sol, o séquito conduz…

Concebe-se uma razão,

Para compreendermos,

Na misericórdia divina,

O consolo dos homens:

Se em tudo vive Deus,

Sobretudo brilha vida!

 

 

 

 

Nota: poesia inspirada na passagem de minha mãe Giselda Japiassú Maia em 20/09/2009. N’O Cruzeiro, os hino 07, Dois de Novembro, cantado na Missa, muito especificamente alude ao evento da “passagem” (passamento). A dor da perda do ente querido está eternizada no hino 91, Choro Muito, que diz respeito a Maria Marques Vieira, a Maria Damião, discípula de Mestre Irineu.  Poesia com registro autoral em nome de Florestan Japiassú Maia Neto.

Foto: jardim do mausoléu de Mestre Irineu, localizado à estrada Raimundo Irineu Serra, bairro Irineu Serra, Rio Branco, AC. Click: Florestan Neto, março de 2020.

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